Estamos correndo contra o tempo?
- Beatriz Petri de Freitas
- 24 de fev. de 2023
- 2 min de leitura
Como estamos cuidando do nosso tempo?

Recentemente escutei novamente a música Vienna de Billy Joel. E ao relembrar e ler a tradução da música, dessa vez tive um outro olhar. Esse olhar me fez questionar e refletir outros sentidos que antes não percebia.
Fiquei pensando sobre essa pressa que estamos a todo momento sendo inseridos e nos colocando. Da urgência, de tentarmos encaixar tudo em tão poucas horas em um dia. Ao invés de compreendermos o limite do dia, lutamos e nos revoltamos contra ele, esticando ao máximo a corda da vida.
Buscamos tudo o que quer ser antes do seu tempo, tentamos ultrapassar limites que vão além do que é dignamente possível, nos frustramos por acreditar que não demos conta de tudo e nos culpamos por isso.
Antecipamos tudo tentando prever acontecimentos, estamos tão à frente de nós mesmos que esquecemos do que se precisa e não sabermos nem mais porquê estamos correndo tanto.
Podemos sonhar mesmo sabendo que nem todos os sonhos se realizarão. Mas pensamos que para viver em plenitude é necessário estarmos totalmente satisfeitos e enquanto não tivermos tudo, parece não valer a pena. E ficamos à espera do momento ideal, estabelecendo uma lista de tarefas e manuais de o que devemos fazer para de fato sermos felizes e completos.
Será que além de corrermos também podemos ir devagar? Talvez tirar o telefone do gancho e desaparecer por um tempo. Desaparecer para enfim aparecermos para nós mesmos, nos reconectarmos e nos permitirmos sentir sentimentos que normalmente tentamos evitar ao nos ocupar freneticamente.
Por fim, de toda essa pressa - que quase não nos permite viver e envelhecer - podemos talvez nos libertar, já que de alguma maneira estamos esperando por nós mesmos.